Fevereiro Roxo - Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia
Por Beatriz Morás - Enfermeira
Recentemente, foi instituído o Fevereiro Roxo, mês da conscientização sobre Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer.
Lúpus
O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença autoimune, ou seja, ocorre quando o próprio sistema imunológico de uma pessoa passa a atacar órgãos e tecidos do corpo (como se eles fossem invasores externos), doenças autoimunes são crônicas, porém o tratamento adequado é indispensável para mantê-las sob controle e reduzir os sintomas — que podem ser extremamente dolorosos.
O Lúpus Discóide é uma versão um pouco mais branda da doença, que afeta somente a pele. Seu principal sintoma é o surgimento de uma lesão avermelhada no rosto, na nuca e no couro cabeludo.
Normalmente, a pessoa descobre que tem lúpus após uma crise desencadeada por algum desses fatores: exposição à luz solar de forma inadequada e em horários inapropriados, infecções que podem iniciar o lúpus ou causar uma recaída da doença, uso de alguns antibióticos e de medicamentos usados para controlar convulsões e pressão alta.
A dica é ficar bem atento aos sintomas da doença. “O que mais chama atenção é o aumento da sensibilidade da pele ao sol, vermelhidão em áreas expostas à luz solar, assim como o aparecimento de manchas e placas vermelhas pelo corpo”.
Se for constatada alguma anormalidade, o paciente deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa. Se a doença for confirmada, será dado um encaminhamento para consulta com reumatologista, ou mesmo para internação, caso necessário.
Fibromialgia
A Fibromialgia é uma síndrome ainda pouco conhecida, cujos principais sintomas são: dor generalizada; fadiga; dificuldades cognitivas (problemas de concentração, perda de memória); formigamento nas extremidades do corpo (mãos e pés).
As dores da fibromialgia são constantes e costumam durar cerca de três meses a cada vez. A pessoa afetada nota uma redução em sua capacidade de se exercitar, justamente devido às dores e à fadiga. Ela também passa a sofrer com problemas de sono, como insônia e apneia, muitas vezes apresentando quadros de depressão.
A maioria dos portadores de fibromialgia é composta por mulheres entre 30 e 60 anos de idade, mas a síndrome pode surgir mais cedo, inclusive na infância e na adolescência. Sabe-se que há fatores genéticos envolvidos, ou seja, quem tem um familiar com Fibromialgia é mais propenso a apresentar a doença.
Com o tratamento adequado, que envolve tanto o uso de medicamentos quanto a prática de terapias, como fisioterapia e acupuntura, é possível que o paciente tenha uma grande melhora na qualidade de vida e possa viver normalmente. Os pacientes nessa condição devem ser acompanhados por médicos das Unidades Básicas de Saúde e em caso de dúvida se a fibromialgia está associada a alguma outra doença reumática, o paciente deve ser encaminhado para avaliação com especialista.
Alzheimer
Descrita pela primeira vez em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, a doença de Alzheimer é neurodegenerativa. Os principais sintomas são a falta de coerência na fala e a perda da memória recente: o paciente se lembra de fatos de muitos anos atrás, mas não sabe dizer sobre coisas que fez hoje.
O Alzheimer está associado à idade avançada, porém pode surgir de forma prematura, especialmente em pessoas com casos semelhantes na família. A doença é a principal causa de demência e leva o paciente a depender de ajuda para realizar tarefas básicas.
A capacidade de atenção, aprendizado e convívio social fica seriamente afetada, sendo que o quadro é incurável. Entretanto, é possível fazer um tratamento terapêutico e medicamentoso para retardar os efeitos mais graves, principalmente quando a detecção ocorre ainda no estágio inicial.
Quem tem familiares idosos ou pessoas de meia-idade com casos de Alzheimer na família deve ficar atento quanto a problemas de linguagem, esquecimento de fatos recentes, confusão com horário e dia da semana ou desorientação em lugares conhecidos.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Alzheimer costuma evoluir de forma lenta e progressiva. A partir do diagnóstico, a sobrevida média oscila entre 8 e 10 anos. A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acompanhamento e tratamento para portadores do Alzheimer, inclusive com a entrega de medicação. Diante de suspeita da doença ou anormalidades relacionadas ao esquecimento, o paciente deve procurar uma unidade básica de saúde (UBS). A partir daí, se for o caso, ele será encaminhado ao especialista.
Para prevenir o desenvolvimento da demência é necessário adotar hábitos de vida saudáveis, que devem ser praticados ao longo da existência, como o controle de doenças prévias (hipertensão, diabetes, obesidade); combate ao sedentarismo, com a prática de atividade física regular; evitar o tabagismo; e praticar ações que estimulem a memória, como leitura e realização de novas tarefas.
<http://www.saude.df.gov.br/fevereiro-roxo-conscientiza-sobre-alzheimer-lupus-e-fibromialgia/> Acessado em: 04.02.21.